Coitada da Norma, tão culta…

vovó-piupiu-brava– E a Norma, hein?

– O que é que tem?

– Você não soube? Anda mal falada.

– A Norma? Depois de velha? Mas ela é tão culta!

– Pois é. E com aquela pose toda, a mania de ditar regrinhas de bom comportamento, de corrigir todo mundo…

– Mas o que foi que aconteceu?

– Ora, o que aconteceu é que caiu a máscara da madame, né? Descobriram finalmente como ela é autoritária, elitista e preconceituosa. E pior, arbitrária, totalmente desconectada da realidade.

– Puxa, eu sempre achei a Norma tão correta…

– Correta demais, aí é que está. Era para desconfiar, acho que demorou. Parece que até aqueles amigos que ela se orgulhava de ter no ministério andam virando a cara para ela.

– Ah, coitada. Eu sinto pena.

– Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à vontade na presença da dona, sabia? Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma coisa importante para falar e ficar com medo. Preferia nem abrir a boca.

– Isso é verdade, a Norma sempre foi difícil.

– Tá vendo? Nem você, que é meio puxa-saco, está disposto a defender a megera!

– Estou sim, defendo sim. E você? Fica aí esculachando mas até que está se expressando direitinho, do jeito que ela gosta.

– Eu?

– Você.

– Ah, você não viu nada, meu amigo. A gente vamos barbarizar!

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